Quando escolhemos morar num condomínio optamos por conviver com tantas outras pessoas. A maioria delas, desconhecidas. Ou seja, escolhemos compartilhar o nosso dia a dia com desconhecidos.

Mesmo que a grande maioria deles nunca entrará em nossa sala de estar e muito menos frequentará a nossa mesa de jantar, todas essas pessoas acabam ganhando algum nível de importância. Passamos por elas nos corredores, sabemos identificá-las pelos carros que têm, nossos filhos se tornam amigos dos filhos de alguns deles, simpatizamos com uns e não simpatizamos com outros. Vida em condomínio!

E, nessa convivência vamos inevitavelmente encontrar três tipos de pessoas. (Agora, você terá a resposta para várias das suas perguntas). Os três tipos são: pessoa vítima, pessoa culpada e pessoa responsável.

A pessoa vítima está sempre se queixando da vida e dos outros. Ela não é feliz porque seus pais foram assim; ela não se realiza porque seu esposo ou esposa é assim; ela não tem paz porque seus vizinhos agem de uma maneira que ela não concorda. Ela não é uma pessoa melhor porque o Brasil não é justo com ela, etc, etc. etc. A pessoa que se faz de vítima nunca assume a responsabilidade sobre a sua vida. Assim, também não assume o seu poder de melhorar as suas relações.

Você também encontrará pessoas culpadas. Diferente das pessoas que se sentem vítimas, as pessoas que preferem a culpa são aquelas que carregam o peso do mundo em seus ombros: cuidam dos seus pais, cuidam do seu esposo ou esposa como se fosse seu filho ou filha. Responsabilizam-se pelos seus irmãos. Puxam toda a carga para si mesmo. E, por isso, sofrem. Em alguns casos, acabam adoecendo seja fisicamente ou até psiquicamente, como por exemplo com a depressão e a crise de ansiedade.

Por fim, você encontrará as pessoas responsáveis. Elas não se fazem de vítima nem ocupam o lugar dos culpados. Elas assumem a sua parte e deixam com os outros a parte deles. No condomínio estão mais preocupados em colaborar para o bem estar de todos e sabem que, quanto melhor estiverem consigo mesmo e na sua relação familiar, melhor farão o seu papel social. As pessoas responsáveis estão mais livres para viver melhor a sua vida interior e a sua vida de convivência com os demais.

Até agora, falamos das outras pessoas que encontramos no condomínio. Mas, nós mesmos, em nossa convivência diária, quem ‘nós’ somos para essas outras pessoas? E, para nós mesmos? Colocamo-nos como vítimas? Culpados? Responsáveis?

É certo que em nosso dia a dia visitamos esses três papéis. Isso é humano. Mas, ao saber que esses três papéis existem podemos escolher. Temos esta informação e  a partir de agora, podemos fazer diferente. Termos uma convivência melhor com nós mesmos é o melhor presente que podemos nos dar! E, dessa maneira, com mais qualidade em nossa vida interior, naturalmente conseguiremos contribuir para uma boa vida em condomínio.

Uma última reflexão.

Para termos uma melhor convivência com nós mesmos, normalmente, precisamos pedir ajuda. Aliás, o primeiro passo é aprender a pedir ajuda. A maioria de nós sabe oferecer, mas, pedir ajuda, apenas algumas pessoas sabem ou querem aprender como se faz isso.

Quem aprende a dar é generoso. Quem aprende a pedir exercita o amor humilde.