A sustentabilidade tem como princípio a utilização eficiente dos recursos naturais e não há como abordar o assunto sem analisarmos o uso do recurso mais fundamental para as nossas vidas, a água.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o consumo diário de água recomendado é de 49,6 litros por pessoa. Divididos entre o consumo direto, banhos, descarga, etc. Será que nosso consumo está perto dessa recomendação? E no seu prédio? Já refletiu sobre o consumo de água do seu condomínio? Sabe quanto é gasto com a conta de água todos os meses?

São perguntas sem respostas para muitos condôminos, pois na maioria dos prédios e condomínios o consumo de água é rateado entre os moradores e vem embutido no valor do condomínio, passando muitas vezes despercebido. Nesse modelo, a percepção dos moradores sobre seu consumo diminui, tornando menos consciente.
Porém, os custos com água em condomínios são representativos tornando a conta salgada no final do mês.

A individualização da medição do consumo de água é uma alternativa para criar maior consciência e visibilidade do consumo. A ação isoladamente não gera redução na conta, porém, permite que cada apartamento entenda e gerencie seu consumo, possibilitando a tomada de ações de economia por cada morador. Além disso, a cobrança fica mais justa, evitando que apartamentos com menos moradores e consequentemente menor consumo tenham que bancar o mesmo custo de apartamentos com mais moradores.

Outro fator importante na utilização da água em condomínios envolve a infraestrutura hidráulica. Segundo o Instituto Trata Brasil, cerca de 37% da água tratada no Brasil é perdida por causa de vazamentos ou ligações incorretas, será que a infraestrutura hidráulica do seu prédio está em perfeito estado?

A conscientização dos moradores para identificarem e informarem vazamentos ou consumos anormais é importante para que os síndicos e as equipes de manutenção possam atuar o mais rápido possível. Essa conscientização pode ser feita através das ferramentar que o condomínio oferece e lembrado em informativos ou nas reuniões de condomínio. O acompanhamento do consumo de água pelos síndicos também deve ser constante para identificar possíveis problemas.

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Quando pensamos em consumo de água, não há como não falar do esgoto e seu tratamento, dados do Instituto Trata Brasil informam que somente 50,3% dos brasileiros tem acesso à infraestrutura de coleta de esgoto. Ainda assim, é recorrente o despejo de esgoto de maneira incorreta, mesmo tendo acesso ao sistema de coleta. No seu condomínio, há infraestrutura de saneamento? Seu prédio está ligado à rede ou realiza tratamento dos efluentes?

Caso haja infraestrutura de saneamento disponível é de responsabilidade do prédio providenciar a ligação e assim o encaminhamento correto dos efluentes. No caso do condomínio se encontrar em uma área não atendida, cabe aos responsáveis implementarem sistema para tratamento no local. Com o desenvolvimento de novas tecnologias e a queda dos preços a implantação de estações de tratamentos de Efluentes (ETE) tem se tornado viável, permitindo controle e tratamento correto para os efluentes. Alguns sistemas inclusive permitem o reuso da água tratada, contribuindo para a redução de custos. O acompanhamento de um profissional capacitado para dimensionar esses sistemas é imprescindível.

Quando o assunto é reaproveitamento de água, os sistemas de captação e tratamento de água da chuva estão cada vez mais eficientes. Eles podem envolver o simples direcionamento da água para usos externos, como jardinagem, lavação de áreas externas etc. Ou sistemas mais abrangentes e complexos que possibilitam direcionar a água para usos em que não há necessidade de água potável, como bacios sanitários e lavanderias, por exemplo. A implantação desses sistemas é uma alternativa inteligente para aproveitar esse recurso que literalmente cai dos céus. Os benefícios são a redução da conta, o consumo sustentável e eficiente da água, a imagem do empreendimento que fica associada a práticas de sustentabilidade e a consciência de contribuir para reduzir os impactos ao meio ambiente.
Assim como as ETE, é imprescindível o acompanhamento de um profissional capacitado para dimensionar o projeto em seu condomínio.

Outras alternativas para consumo sustentável da água são:

  • Substituição de vasos sanitários antigos, por novos modelos de caixa acoplada e com controle diferenciado de vazão para cada uso
  • Instalação de redutores de vazão nas torneiras das áreas comuns
  • Uso de regadores ao invés da mangueira para irrigação de jardins
  • Opção pela varrição das áreas comuns ao invés da lavação com o uso de mangueira
  • Realização de campanhas contra desperdício com práticas individuais para redução do consumo
  • Avaliação da possibilidade de construção de poço artesiano

São diversas alternativas para economizar e reaproveitar a água, vamos implementá-las?