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Segurança digital: existe idade para as Redes Sociais?

por BRCondos em 20 de novembro de 2020

De acordo com uma pesquisa de 2019, 89% das pessoas entre 9 a 17 anos acessa Internet no Brasil. Em outras palavras, são 24,3 milhões de jovens usuários. Os dados são do estudo TIC Kids Online Brasil 2019, organizado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br).

A idade para redes sociais é uma questão que está sempre em discussão. Afinal, a integração com a escola, a influência dos amigos e as novidades trazidas pelas tendências da Internet podem influenciar crianças e adolescentes a entrar mais cedo nas redes.

As preocupações de pais e responsáveis com relação à segurança das crianças e adolescentes no mundo digital têm um fundo de razão. Afinal, os menores podem acessar um mundo inteiro sem que os adultos saibam. Será que é possível chegar a um consenso? A seguir, confira os diferentes aspectos da vida digital que podem ajudar a aprofundar a discussão.

s adultos saibam. Será que é possível chegar a um consenso? A seguir, confira os diferentes aspectos da vida digital que podem ajudar a aprofundar a discussão.

A idade para redes sociais de acordo com as plataformas

Para começar, o Facebook, Instagram, Youtube e outras redes sociais estipulam a idade mínima de 13 anos para o cadastro. Já no WhatsApp, o mínimo é de 16 anos. Mas lembra da pesquisa acima? Dá para ver que isso não impede que muitos jovens mintam a idade para acessar as plataformas.

Por isso, é bom saber que essa idade mínima não foi escolhida ao acaso. Muitas plataformas seguem as determinações da COPPA (Ato de Proteção Online à Criança, na tradução da sigla), uma norma internacional para proteger a vida privada das crianças no meio digital.

Além disso, o Estatuto da Criança e do Adolescente no Brasil considera criança quem tem até 12 anos. Portanto, nessa idade, o menor está sob inteira responsabilidade dos pais. Também é importante levar em conta que mentir a idade para fazer uma conta nas redes sociais pode até ser considerado falsidade ideológica.

Mas caso os pais queiram que os filhos pequenos experimentem as redes sociais, o ideal é sempre entrar junto com eles no perfil compartilhado.

Como dialogar com os filhos nessa realidade

A vulnerabilidade da exposição

Mas então o que fazer quando todas os colegas de classe da criança têm redes sociais? Como saber se os adolescentes estão seguros nas plataformas? A idade para redes sociais pode ser uma discussão complicada para os pais quando se veem diante da frustração dos filhos.

De acordo com o psicólogo Rodrigo Nejm, em entrevista para a Folha de S.Paulo, é preciso se questionar se a criança tem maturidade para entrar na grande praça pública que é a Internet. Outros especialistas ouvidos pela reportagem do jornal recomendam respeitar a idade mínima exigida pelas redes sociais.

Outra questão é que a exposição muito cedo às redes pode deixar as crianças vulneráveis. As mídias sociais podem deixá-las em contato com assuntos que só lidariam na adolescência, como a competição dos colegas, comparações estéticas e as provocações.

Jogo aberto com os filhos

Agora, o ponto-chave da questão é o diálogo. É preciso esclarecer sobre os riscos de segurança online, cyber bullying, conteúdos inapropriados e o impacto do compartilhamento de dados. Algumas dicas importantes são: evitar publicar fotos pessoais, nunca revelar dados pessoais e não adicionar ninguém que não conhece.

Vale lembrar que a orientação e a abertura são bases fundamentais nessa conversa. Afinal, a criança ou o adolescente precisa sentir que tem o apoio dos adultos para relatar alguma situação perigosa, como assédio, por exemplo.

Por isso, uma solução é acompanhar a navegação dos menores e monitorar o que eles fazem. Nesse sentido, vale usar mecanismos de controle parental. Da mesma forma que as pessoas não têm coragem de deixar os filhos pequenos passeando sozinhos por uma cidade, é preciso ter cautela com o mundo digital.

Cuidados que os adultos devem ter com o próprio uso

Tempo de exposição às telas

Se os pais passam o tempo todo no celular, a probabilidade é de que os filhos façam o mesmo. Segundo uma pesquisa da ONG Common Sense Media, em 2018, 39% dos filhos norte-americanos reclamam que os pais passam muito tempo no celular.

É importante equilibrar o tempo de exposição às telas para que o dia a dia também tenha momentos em família. Isso vale tanto para os pais quanto para os filhos.

A segurança na Internet é um trabalho para toda a família. Como as redes sociais passam por mudanças constantes, os pais devem ficar de olho no que está acontecendo. Sem falar, claro, que é essencial ter o diálogo sempre aberto para acolher as crianças e adolescentes que estão aprendendo a viver no mundo digital.