A vida em condomínio é uma grande oportunidade para humanizarmos o nosso dia a dia. Somos ajudados (alguém segura a porta enquanto estamos entrando ou saindo) e ajudamos (recebemos de maneira agradável alguém que está entrando no elevador). A convivência pode ser baseada na colaboração mútua.

E, um dos temas que sempre aparece na vida em condomínio é a questão da Dependência Química. Seja na casa de um dos vizinhos, ou na residência de uma família amiga que também é vizinha e, quem sabe em sua própria família.

Muitos se perguntam o que fazer, como ajudar esta outra família, ou como lidar com o que está acontecendo em minha própria casa.

Trabalho com o tema Dependência Química há quase 20 anos. Já atendi milhares de pessoas e seus familiares e vou trazer algumas dicas do que fazer e do que não fazer, para que você ajude de uma maneira saudável, tanto para você mesmo quanto para a pessoa que passa por este dilema.

Primeira dica: não julgue. A dependência química é um problema sério de saúde física e mental. Quem está passando por essa dificuldade merece o seu auxílio. E, lembre-se sempre: a dependência química não é um problema isolado da família. Se há um dependente químico na família, uma boa parte dessa família também precisa rever seus hábitos, costumes e curar alguns aspectos. Todos precisam de ajuda.

Segunda dica
:  todo o amor, para que caminhe ao lado da sabedoria, precisa de limites. Impor esse limite, desde que feito com bom senso e generosidade, faz com que a outra pessoa se responsabilize por si mesma e amadureça. O dependente químico precisa de acolhimento e também de disciplina. A família dele também.

Terceira dica
: a ansiedade, a compulsão, a baixa tolerância a frustração, a depressão e a impulsividade são alguns dos sintomas de quem está passando pela Dependência Química. Se quer ajudar, converse com essa pessoa e a encaminhe para grupos que possam ajuda-la ou indique alguma terapia que envolva o corpo e o emocional.

Quarta dica
: as pesquisas mais recentes indicam que a grande maioria das pessoas envolvidas com a dependência química, precisam ter uma melhor qualidade na relação com seus pais e, em especial, com o seu pai. Melhorar o vínculo paterno é a chave das chaves.

O assunto é longo, o tema é complexo. Quem sabe possamos conversar novamente sobre a Dependência Química em outra oportunidade. Por enquanto, minha mensagem final é: a vida em condomínio se baseia numa relação de equilíbrio: por vezes você oferece, e em outros momentos, você recebe. Esteja atento a isto e sua qualidade de vida será melhor.

Até breve.